terça-feira, 11 de maio de 2010

Contradição no CQC/ A Liga

Ultimamente o programa CQC, da Band, tem feito alguns quadros em que se coloca em teste como o brasileiro age frente a algo que não é correto. Acho até que bacana, pois realmente mostra algumas situações que devemos ficar em alerta, e como devemos agir.

Entretanto, em outros aspectos o programa deixa a desejar. Sempre que acontece algum tipo de preconceito, ou descriminação o tal cidadão totalmente correto CQC entra em ação, mas o verdadeiro problema é que muitos integrantes utilizam tais aspectos para fazerem suas sacadinhas "geniais". Tudo isso acontece porque sem isso é praticamente impossivel voce fazer uma piada. É muito dificil conseguir fazer algo totalmente original, ou seja, algo que fuja dos temas: Cor da pele, homossexualidade,obesidade e etc. Não é o que acontece no programa.

Já no programa A Liga, a questão era algo diferente. Um de seus integrantes viveu na pele um dia de morador de rua, mostrando para ele mesmo e para todo Brasil que não é facil, porém condenava pessoas dizendo " Olha, essas pessoas nem abrem o vidro para deixar eu pedir o dinheiro", ou " As pessoas nem respondem" e etc. Mas será que tal Rafinha Bastos ou outros jornalistas e comediantes , em seu carro com ar condicionado abaixaria o vidro para dizer " Não tenho um trocado" para um morador de rua? Infelizmente eu não acredito nisso , e espero estar errado.

Um programa cobra o trabalho , o outro cobra que você de esmola. Um programa condenaria se voce desse esmola levando o pensamento para o lado " Por isso as pessoas nao saem das ruas, elas conseguem se manter as custas de pessoas com bom coração. Temos que dar trabaho e nao esmola", e o outro preza pelo lado social " De a esmola , ajude quem precisa. Voce não sabe o que aconteceu para eles se encontrarem em tais condiçoes".

É aí que eu me pergunto: de que lado eles estão?

Acho que a resposta mais correta seria: O que da mais audiência.

2 comentários:

  1. Boa sacada, ainda não tive a oportunidade de assistir A liga, mas pelo que me diz parece ser bem intressante mesmo que contradiório.

    Comentarios de forte opinião!
    Parabens e sucesso!

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  2. Às vezes o CQC se coloca como defensor da moral mas acabam falando besteira ou até descontando na pessoa errada.
    No último proteste já, no qual o tema foi a vergonhosa situação da biblioteca da faculdade de direito da USP, o Rafinha, não conseguindo achar o reitor da universidade ou o diretor da faculdade, acabou com o vice- diretor da faculdade, que nem de longe é culpado como os outros dois que não foram encontrados.
    Em uma outra matéria, o CQC questionou, com muita ironia, se uma constituição de 1988 nao era velha. Mas a Constituição dos EUA é de 1787, ou seja, não é o tempo que faz a Constituição velha ou não, depende das matérias que ela trata. Argumento sem fundamento.
    Outro dia o Danilo perguntou ao Serra se ele nao cogitaria por petistas na campanha pra ganahr um cargo no governo da Dilma. O Serra se irritou e perguntou se ele estava brincando. No outro dia, pelo twitter, o danilo se colocou como alguém que fala o que o povo quer, alguém que não tem medo. Mas, pra mim, perguntar pro Serra se ele ta pensando em ganhar um cargo no governo da Dilma é estúpido como bruncadeira e mais estúpido ainda se foi sério.
    Por fim, na Liga, que você citou bem, criticaram nessa matéria um vendedor dessas lojas de posto que, de madrugada, expulsou um mendigo dizendo que não queria brincadeira e que tempo era dinheiro. Fizeram piadinhas como se o fato dele querer ganhar dinheiro desesperadamente fosse algo imoral e que tirasse dele a razão, mas é fácil falar que o dinheiro não é importante ganhando mais de 200.000 por mês. É perfeitamente aceitável que um homem que vive de uma lojinha de conveniência de posto não queria um mendigo espantando seus clientes e que esteja sim mais preocupado em garantir o sustento de sua família do que promover a justiça social.
    Sei que me prolonguei, mas às vezes setores da mídia, como no caso do CQC, até têm sua contribuição mas se colocam falsamente como "paladinos da justiça", sem muitas vezes ter uma crítica com conteúdo. Enfim, parece- me muito fácil ter um discurso moral com milhões no bolso e sem preocupação com o conteúdo da crítica.

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